quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Malária - informações importantes e fotos comoventes

"> "Congratulações à Professora Claudia Renata e seus alunos pela produçao deste vídeo e por abraçar esta causa com tanta competência. São verdadeiras e comoventes a situação apresentada sobre a malária nos países africanos. Lembrando que situação dos outros países endêmicos e do Brasil não é muito diferente entre os que contraem a malária. Vejam também os vídeos de Anajás e Oeiras na Ilha de Marajo no Estado do Pará, http://malariabrasil.blogspot.com.br/2011/07/triste-realidade-da-malaria-na-amazonia.html . Quanto ao acesso malárico, este culmina com a febre que corresponde ao momento em que as hemácias estão se rompendo. Quanto maior o número de hemácias que se rompem ao mesmo tempo maior a febre. As hemácias que se rompem são os esquizontes sanguíneos, que nada mais são do que as hemácias repletas de protozoários maduros que nascerão prontos para invadirem novas hemácias quando lançados na corrente sanguínea. Se o tratamento não for iniciado rapidamente a doença segue seu curso para as complicações clínicas e as formas graves da doença através da intensa destruição celular sanguínea que desestabiliza o funcionamento de vários órgãos. Os primeiros órgãos a sentirem os efeitos dessa devastação celular são os rins, o fígado e o baço. Se o paciente for picado por mosquitos infectados de manhã e à noite ele desenvolverá duas malárias ao mesmo tempo com muitos picos febris e intervalos menores entre cada febre, pois terá protozoários em vários estágios evolutivos diferentes. Terá também grupos de esquizontes sanguíneos amadurecendo e se rompendo em períodos mais curtos, alterando dessa forma o sincronismo "normal" dos episódios febris característico de cada espécie. Considere-se também que os protozoários não chegam juntos ao fígado na fase inicial da doença. Esse sincronismo irregular de períodos febris confunde inclusive os mais experientes em relação à sintomatologia e ao diagnóstico clínico. Antes de chegar ao sangue, ocorre no fígado a grande multiplicação celular dentro dos hepatócitos, também chamada de esquizogonia primária. Nesta fase não há sintomas e esta corresponde ao perídodo de incubação da doença no homem, que varia de 8 a 30 dias ou mais. O maior ou menor período de incubação na malária dependente de vários fatores como: espécie parasitária causadora da malária, situação imunológica e clínica do paciente, uso de medicamentos, múltiplas malárias anteriores, entre outros. O ciclo hepático na malária na verdade não é um ciclo porque os protozoários que saem do fígado não reinfestam novas células hepáticas e sim invadem as hemácias. Os protozoários oriundos dos esquizontes hepáticos ou sanguíneos têm como alvos novas hemácias, que são células das mais especializadas por garantir a sobrevivência de todas as demais células humanas. O Plasmodium sabe utilizá-la com toda habilidade biológica e sem limitações para garantir a perpetuação da espécie e manutenção da doença. A fase de suor intenso após cada pico febril corresponde ao momento em que os protozoários que saíram das hemácias que se romperam estão invadindo novas hemácias. Se o diagnóstico e o tratamento não forem realizados rapidamente a situação clínica do paciente se agrava a cada momento, com distúrbios metabólicos cada vez mais complexos e complicações clínicas que culminam com a falência de vários órgãos como os rins, o baço, o fígado, os pulmões e o cérebro principalmente se o Plasmodium for o falciparum, responsável por quase 100% dos óbitos por malária no planeta. Casos com falência de órgãos são casos graves que necessitam de internação e tratamento médico intensivo. Crianças, idosos, mulheres grávidas, os que contraem malária pela primeira vez e portadores de outras doenças infecciosas normalmente desenvolvem quadros graves de malária independente da parasitemia, ou seja, do número de protozoários no sangue. Casos de malária cerebral em crianças que sobrevivem representa um enorme fardo para a saúde pública e para a sociedade em funçao das mais variadas formas de sequelas neurológicas deixadas pela doença. Crianças são alvos implacáveis do mosquito transmissor e do Plasmodium e as mais vulneráveis ao óbito. Os que contraem a doença e permanecem em áreas de transmissão sem diagnóstico e tratamento ajudam a manter a malária como endêmica, simplesmente por estarem doentes e expostos aos mosquitos transmissores, tornando-se uma fonte inesgotável de gametócitos que o mosquito precisa para manter o ciclo da doença e perpetuação da espécie de Plasmodium. Enfim, fica como conclusão que para contrair a doença basta ser picado por um mosquito Anopheles infectado com o Plasmodium e para um mosquito se infectar basta picar alguém doente. Sem doentes não temos mosquitos infectados e sem mosquitos infectados não temos transmissão de malária. Esse é o papel secundário que o mosquito tem no contole da doença, não precisamos controlá-lo para se conseguir o controle da doença, até porque não conseguiremos, pois enquanto houver água, chuva, sol e floresta haverá vida, em que o mosquito e outros insetos sabem usar como ninguém para sobreviverem e garantirem a perpetuação da espécie. Ao retirar o homem doente da frente dos mosquitos transmissores rompe-se a infecção no mosquito, parte mais frágil do ciclo evolutivo da doença. O aparecimento de novos casos é dependente disso. Enquanto se pensar que para controlar doenças transmitidas por picada de mosquitos a culpa é do mosquito e da população que não faz o seu controle, essas doenças continuarão endêmicas e sem controle. Essa é a principal causa da endemicidade da malária em todas as áreas endêmicas do planeta, inclusive no Brasil. Pois é, não é de hoje que a malária anda caminhando com suas próprias pernas, com suas poucas pernas e com suas curtas pernas. Precisamos deixar de lado o nosso silêncio e sair da condição de expectadores desse sofrimento humano,...pensem nisso!" WANIR BARROSO, sanitarista. https://www.youtube.com/watch?v=TDodZunX1Ks