domingo, 9 de maio de 2010

Distribuição dos principais mosquitos transmissores de malária no planeta.

http://www.map.ox.ac.uk/browse-resources/multiple-vectors/dominant_malaria_vectors/world/ "Não se constitui em nenhum absurdo dizer que sempre existe a possibilidade de se contrair malária em qualquer região do planeta, inclusive nos países desenvolvidos ou de primeiro mundo. Essas regiões são as que possuem as principais espécies de mosquitos transmissores de malária, como nos mostra este slide. Onde existe o mosquito existe a possibilidade, inclusive em portos e aeroportos. Hoje conhecemos cerca de mais de 400 espécies de mosquitos do gênero Anopheles e apenas cerca de 54 delas são boas transmissoras de malária. Na África, principal área endêmica do planeta, o principal mosquito transmissor é o Anopheles gambiae e no Brasil o A. darlingi que está distribuído praticamente por todo o país, o A. aquasalis no litoral e o A. cruzii em regiões de Mata Atlântica. Algumas regiões deixaram de ser endêmicas para se transformarem em regiões de transmissão interrompida pelo tratamento de casos. Nessas regiões ao longo dos anos, os casos de malária foram ou são tratados rapidamente antes de surgirem novas epidemias e nessas regiões também podem ocorrer episódios de reintrodução da doença por existir o mosquito transmissor e por também circular pessoas doentes ou assintomáticas com malária vindas de outras regiões endêmicas, que estão distribuídas por mais de 100 países. Nossos atuais países endêmicos estão todos localizados na área tropical do planeta e representam nossa gigantesca área de transmissão, onde residem cerca de 40% de nossa população mundial ou mais de 2,4 bilhões de pessoas que estão permanentemente expostas ao risco de contrair a doença. Somente não temos mosquitos transmissores de malária nas áreas geladas, altas e desérticas do planeta. Em épocas passadas a urbanização de algumas regiões apenas afastou os mosquitos transmissores de malária das áreas urbanizadas, hoje muitas espécies desses mosquitos urbanizaram-se e transmitem malária em áreas urbanas. O risco de se morrer de malária é muito maior fora das áreas endêmicas ou de transmissão porque os médicos não pensam em malária diante de um paciente febril sem outros diagnósticos conclusivos, até porque os sintomas de malária são muito parecidos com os de outras doenças, principalmente as doenças virais. E malária é uma doença que evolui muito rapidamente para suas formas graves se não for diagnosticada e tratada. A morte por malária se dá pela falência de órgãos como o fígado, os rins, os pulmões, o baço e o cérebro. Não sabemos ao certo o número real de casos de malária que ocorrem no planeta todos os anos, a OMS nos fala em cerca de 500 milhões de casos e de 3 a 5 milhões de óbitos anuais, sendo principalmente crianças com menos de 5 anos de idade. Parece que estamos diante de uma guerra cega, muda e surda, ninguém vê, ninguém fala, ninguém ouve. E lá se vão alguns milhões de óbitos por malária todos os anos. No Brasil nos últimos anos o nível endêmico situou-se em torno de 500 mil casos anuais notificados, e certamente esse número não é o real.
O certo é que não devemos acreditar que contrair, adoecer ou morrer de malária seja por que Deus assim quer. E nem continuar esperando que a malária continue caminhando com suas próprias pernas, com suas poucas pernas ou com suas curtas pernas ou esperar que ela naturalmente se resolva pelo incerto crescimento econômico de países desfavorecidos sob vários aspectos. É certeza também de que estamos diante de um problema mundial de responsabilidade de todos, dos mais negligenciados e com muitas fronteiras geográficas, políticas, sociais e tecnológicas e pouquíssimas, pontuais e ineficazes soluções para um controle que se confunde ou se aproxima de um controle cego da endemia. Precisamos além de sair do nosso silêncio, ousar em soluções e estratégias continentais, se quisermos esperar por dias melhores para essa doença que não tem vacina específica e eficaz, que acompanha a humanidade desde épocas remotas, que causa sofrimento e irreparáveis perdas humanas." Wanir Barroso, sanitarista.