sexta-feira, 26 de setembro de 2008

OMS critica situação da malária no Brasil; governo contesta dados

O Brasil é um dos 30 países com maior incidência de malária no mundo, segundo informações divulgadas nesta quinta-feira (18) pela Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre uma doença que é considerada uma "assassina de crianças"

O relatório afirma que as crianças "são as vítimas fatais em 85% dos casos" e que a África representa 91% do total de mortes.

Estima-se que houve 1,4 milhão de casos de malária em 2006 no Brasil, com concentração de casos na região amazônica, onde de "10% a 15% da população está em risco".

O Ministério da Saúde, entretanto, contesta os dados. Em comunicado divulgado em resposta ao relatório da OMS, o governo brasileiro critica a metodologia usada pelo órgão internacional e diz que a doença está em declínio no país. "Nos estados da Amazônia Legal -- Roraima, Rondônia, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Acre, Amazonas e Tocantins --, em 2006, foram notificados 549.184 casos, e não 1,4 milhão, como informa o relatório da OMS", diz o ministério, em nota.

A Colômbia também é citada no relatório da OMS entre os 30 países com alta incidência de malária, com 408 mil casos em 2006. Segundo a OMS, tanto lá como no Brasil quase todos os casos reportados foram confirmados.

Problema global

No mundo, 247 milhões de pessoas sofriam de malária em 2006 e 881 mil delas morreram, segundo a OMS. No entanto, o documento afirma que aconteceram progressos na África, onde Eritréia, Ruanda e São Tomé e Príncipe reduziram pela metade as mortes causadas por malária. O restante das mortes foi registrado principalmente na Índia e no Sudão, segundo o relatório da entidade.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, destacou em entrevista coletiva que a malária pode matar "em 24 horas" e que é necessário colocar ao alcance da população os tratamentos mais eficientes existentes.

O maior uso de mosquiteiros tratados com inseticidas contribuiu em grande medida para o avanço na luta contra a malária e calcula-se que 39% da população do continente africano use este método de proteção.

Também aumentou muito o uso a longo prazo de mosquiteiros tratados, que são eficazes durante três anos e que representaram 70% das 36 milhões de unidades distribuídas dois anos atrás.

No entanto, o relatório ressalta que ainda "há muito que fazer", pois se estima que apenas 125 milhões de pessoas na África usem mosquiteiros, apesar de 650 milhões estarem em áreas de risco. Enquanto isso, 100 milhões de pessoas, sendo 22 milhões na África e 70 milhões na Índia, foram protegidas pela pulverização de interiores com inseticidas.

Fonte: G1

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